Durante anos, a aplicação da análise de vídeo e da inteligência artificial (IA) no campo da segurança esteve envolta em um halo de ficção científica. Fala-se de sistemas capazes de detectar qualquer ameaça em tempo real, com precisão milimétrica e sem intervenção humana.
Essa visão, tão atraente quanto irrealista, gerou expectativas pouco alinhadas com as condições reais de operação.
Hoje, com base na experiência acumulada em ambientes altamente exigentes, como o sector bancário, é possível traçar uma linha clara entre o mito e a realidade. E é exatamente essa linha que todo fabricante de tecnologia de segurança deve ter em mente.
Da promessa tecnológica à funcionalidade operacional – pé no chão

Toni Polo
Diretor de Vendas EMEA e SEA
Na SCATI, temos estado na vanguarda da evolução da análise de vídeo. Desde o início, com sistemas baseados na detecção de pixels, até as soluções atuais que incorporam análises incorporadas e modelos avançados de aprendizagem profunda, percorremos um caminho de aprimoramento constante, sempre orientado pelas necessidades reais do ambiente bancário.
Essa evolução teve seus desafios. Para nós, o objetivo nunca foi desenvolver a tecnologia mais complexa, mas sim a tecnologia mais eficiente, robusta e útil para nossos clientes. Em um setor em que não há espaço para erros, o espetacular é insignificante, a menos que seja apoiado por uma operação confiável e total integração com os processos do usuário.

Na SCATI, sempre tivemos o compromisso de fornecer inteligência às nossas soluções. Por isso, acreditamos que o valor real surge quando a inteligência está presente em todas as camadas do sistema:
- Arquiteturas abertas, modulares e escaláveis.
- Interoperabilidade real entre plataformas e dispositivos.
- Priorização da eficiência operacional em detrimento da complexidade técnica.
- Integração do conhecimento humano como parte essencial do sistema.
Essa abordagem nos permite desenvolver soluções que respondem aos desafios específicos do ambiente bancário. Estamos falando de funcionalidades como:
- Anonimização automática de vídeo, para proteger a privacidade por meio do desfoque inteligente de rostos e fundos.
- Deteção de comportamento anômalo, graças a modelos de aprendizado contínuo que se adaptam às condições do ambiente.
- Pesquisa forense em linguagem natural, que explora o potencial da IA generativa para tornar o trabalho dos operadores mais eficiente.
Essas não são metas futuristas e inatingíveis, mas desenvolvimentos já em andamento que definirão o padrão do que deve ser a segurança inteligente: sistemas que não apenas registram, mas interpretam; que não apenas alertam, mas compreendem.
A realidade operacional mostrou que os sistemas automatizados não podem, e não devem, operar sem supervisão humana. A IA não substitui o operador: ela o complementa, capacita-o e permite que ele se concentre em tarefas de maior valor agregado.